Dafne

O deus brilhante e alegre Apolo conhece tanto a tristeza quanto a dor. Ele experimentou tristeza logo após derrotar Python. Quando Apolo, orgulhoso de sua vitória, parou sobre o monstro morto por suas flechas, ele viu perto dele o jovem deus do amor Eros, puxando seu arco dourado. Rindo, Apolo disse a ele:

- O que você precisa, criança, uma arma tão formidável? Deixe para mim enviar as flechas douradas esmagadoras com as quais acabei de matar Python. Você é igual em glória a mim, o arqueiro? Você quer alcançar mais fama do que eu?

Apolo é o deus da luz e também o deus patrono das artes, tocando a cítara.
Apolo é o deus da luz,
assim como o deus patrono das artes, que toca a cítara.

Ofendido Eros respondeu orgulhosamente a Apolo:

- Suas flechas, Febo-Apolo, não sabem errar, esmagam todo mundo, mas minha flecha vai acertar você.

Eros agitou suas asas douradas e em um piscar de olhos voou até o alto Parnassus. Lá ele tirou duas flechas da aljava: uma - ferindo o coração e causando amor, ele perfurou o coração de Apolo com ela, a outra - matando o amor, ele o lançou no coração da ninfa Daphne, filhas do deus do rio Penei.

Uma vez conheci a bela Daphne Apollo e me apaixonei por ela. Mas assim que Dafne viu o Apolo de cabelos dourados, ela começou a correr com a velocidade do vento, porque a flecha de Eros, que mata o amor, perfurou seu coração. O deus de olhos prateados correu atrás dela.

- Pare, bela ninfa, - gritou Apolo, - por que você está fugindo de mim, como um cordeiro perseguido por um lobo, Como uma pomba fugindo de uma águia, você corre! Afinal, eu não sou seu inimigo! Olha, você machucou as pernas nos espinhos afiados do abrunheiro. Oh espere, pare! Afinal, eu sou Apolo, filho do Trovão Zeus, e não um simples pastor mortal,

Mas a bela Daphne corria cada vez mais rápido. Como se estivesse em asas, Apolo corre atrás dela. Ele está se aproximando. Agora está chegando! Daphne sente sua respiração. A força a deixa. Daphne rezou para seu pai Peneus:

- Padre Peney, me ajude! Parta depressa, terra, e devore-me! Ah, tire essa imagem de mim, ela só me causa sofrimento!

Assim que ela disse isso, seus membros imediatamente ficaram entorpecidos. A casca cobriu seu corpo delicado, seus cabelos se transformaram em folhagem e suas mãos levantadas para o céu se transformaram em galhos. Por muito tempo, o triste Apolo ficou diante do loureiro e, finalmente, disse:

- Deixe uma guirlanda só de sua folhagem decorar minha cabeça, deixe você decorar minha cítara e minha aljava com suas folhas de agora em diante. Que sua vegetação nunca murche, ó louro. Fique sempre verde!

E o louro farfalhava baixinho em resposta a Apolo com seus galhos grossos e, como se concordasse, curvou seu topo verde.